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• Quais habilidades as crianças precisam para se alfabetizar?
• Qual é a idade aproximada para o aluno aprender essas habilidades?
Ler é um processo muito complexo e que exige muitos conhecimentos prévios da criança. Quando nos deparamos com a palavra “alfabetização”, muitas pessoas desconhecem seu verdadeiro significado.
Num mundo onde o acesso à comunicação é tão rápido e as tecnologias estão ao alcance das crianças desde muito cedo, podemos afirmar que o processo de alfabetização inicia-se muito antes da fase escolar.
Com tantas tecnologias ao nosso redor, com jogos virtuais e eletrônicos invadindo nossas casas, as crianças em idade escolar não conheceram um mundo sem a internet, sem tablets e aparelhos celulares de última geração.

Então, diante de tanta informação em que momento a criança está pronta para ingressar no mundo da leitura e da escrita?

Já no ventre materno, a criança tem contato com nosso idioma. Nos primeiros anos de vida passa a nomear e identificar pessoas, objetos, a ouvir histórias, tem contato com livros e revistas, aparelhos eletrônicos, passa a descobrir sabores e sons diferenciados. Tudo isto faz parte de uma aquisição da linguagem oral que passa a estar diretamente relacionada com uma futura linguagem escrita.
A partir desse momento, a intervenção pedagógica do professor é fundamental para a construção do conhecimento e o aluno só constrói mediante a interações com outras crianças, com professores e também com recursos que facilitam esta aprendizagem. É preciso ensinar de forma explícita.
Por volta de 5 e 6 anos a criança já é capaz de construir uma lógica para a escrita por meio de imagens, do reconhecimento de seu próprio nome, de quantificar letras e arriscar alguns traços e sons. Nesta faixa etária há uma amplitude de vocabulário significativa e ela passa a ter noção temporal e espacial.

Atividades que intensifiquem aspectos espaciais e consciência fonológica são importantes para iniciar este processo.
Muitas vezes, a família e a escola enxergam a criança como um adulto em miniatura com regras e exigências, na qual ela não é capaz de assumir este papel.

 

O desenvolvimento tecnológico está em contraste direto com o desenvolvimento biológico da criança.

Em resumo, elaborar um plano de ensino consistente e adequado as características de cada faixa etária são pontos de partida para uma alfabetização de qualidade, sem causar traumas à criança.
Traumas estes que são adquiridos na fase escolar, pois a criança que não consegue ler percebe que os colegas já decifram os códigos da leitura, enquanto ela ainda está num processo anterior. Por inúmeras vezes, a criança tem “medo” da lição, ou até mesmo de um ditado.
Muitas crianças chegam a chorar e são encaminhadas pela escola para especialistas como se o problema estivesse na própria criança.
A criança consegue ler e interpretar imagens e relatar fatos, mas muitas vezes não consegue escrever seu próprio nome.
É preciso repensar o caminho da alfabetização, é preciso planejar, executar e avaliar cada etapa desse processo, é preciso conhecer o aluno.
Um longo caminho deve ser percorrido, sendo necessário construir um trabalho conjunto entre a escola e a família, entre os agentes educadores e a criança.

Autora: RENATA AGUILAR. Mestre em Intervenção Psicológica do Desenvolvimento, Neuropsicopedagoga com Extensão em Neuropsicologia. Psicopedagoga, Especialista em gestão e administração escolar. Graduada em Ed. Física e Pedagogia. Especialista em alfabetização e Matemática. Professora e Coordenadora Pedagógica. Autora de livros na área da educação , entre eles: Neurociência aplicada à Educação e Metodologias Ativas e Educação 5.0.

Texto disponível no livro: NEUROPSICOPEDAGOGIA: UMA ABORDAGEM TEÓRICA E PRÁTICA SOB A ÓTICA DA COMUNICAÇÃO AFETIVA, DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO, COGNITIVO, SOCIAL E LÚDICO

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