Hoje ouvimos e lemos muito a respeito da Neurociência na escola, mas são inúmeras informações até mesmo técnicas que, muitas vezes, o professor, sim aquele professor que está em sala de aula com 25/30 alunos não consegue aplicar ou mesmo compreender tantas informações e como isto poderá ajudá-lo no dia a dia escolar.
Não podemos descartar a importância e as contribuições da Neurociência para o âmbito escolar, é preciso descortinar, quebrar os paradigmas e entender como o cérebro aprende e como podemos usar todas estas informações em benefício do aluno.
Aquele aluno com dificuldades, que está desmotivado ou até mesmo os que tratamos como inclusão podemos ajudar através de estratégias diferentes em sala de aula. Me refiro aqui a inclusão não apenas como síndromes, mas aquele aluno transtornos do neurodesenvolvimento ou que apresente quaisquer dificuldades de aprendizagem.
Ensinar sem levar em conta como o cérebro aprende
Ensinar sem levar em conta como o cérebro aprende é descartar possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento do aluno, é ser injusto.
Como adequar o novo tempo dentro da escola, após passar por aulas remotas O problema é que as pessoas, me refiro aos alunos, são as mesmas e participam destes dois mundos tão diferentes, causando desinteresse pela aula e gerando indisciplina, além de um desgaste tanto físico quanto psicológico do professor.
E onde entra a Neurociência neste contexto? É preciso conhecer as funções cerebrais, não apenas da área médica, pois, nós professores não temos esta pretensão, mas sim conhecer aspectos cerebrais que possam nos ajudar a compreender melhor como o aluno aprende e como transformar nossa aula realmente em aprendizagem significativa.
Não existe aprendizagem isolada, precisamos englobar todas as áreas.
O cérebro é órgão central do processo de informações e da aprendizagem.
Desde a concepção o cérebro atua de forma intensa para fazer as conexões necessárias para o desenvolvimento do ser humano.
Antigamente, acreditava-se que apenas aprendíamos na infância e parte da idade adulta, hoje, após muitos estudos lemos e ouvimos muito o termo plasticidade cerebral, no qual constata-se que aprendemos durante toda nossa existência.
O que é plasticidade?
Plasticidade é a capacidade do organismo em adaptar-se às mudanças ambientais externas e internas, graças à ação sinérgica de diferentes órgãos, coordenados pelo sistema nervoso central (SNC).
Paul Bach-y-Rita, neurocientista americano foi um dos primeiros a estudar seriamente a ideia de neuroplasticidade e introduzir a substituição sensorial como uma ferramenta para tratar pacientes que sofrem de distúrbios neurológicos. Ele descobriu que o sistema nervoso pode se adaptar através de várias experiências.
Esta descoberta retrata a plasticidade cerebral no sentido que ele pode readaptar-se a uma lesão, buscando outros mecanismos para aprender.
Como adequar sua aula e motivar seu aluno:
Disposição de mobiliário, como aulas em círculo, imagens visuais, sons, aromas, cores, iluminação adequada são essenciais para que o aluno se sinta confortável e tranquilo.
Quando o aluno vivencia e pratica um determinado conteúdo, a memória tátil e cinestésica passa a ser ativada.
O aluno passa a ser o pesquisador de um determinado conteúdo e o professor o mediador do conhecimento, aquele em que faz mais perguntas do que dá respostas.
Os mapas facilitam a aprendizagem dos conteúdos e organização das ideias e informações. O professor deve construir junto com o aluno e também ensinar como se constrói.
Lembre-se de músicas de propagandas de alguns produtos ou slogans que jamais são esquecidos. Com certeza, consegue recordar-se até de detalhes. A memória precisa de repetição e de diferentes estratégias, portanto incluir música na aula é um recurso muito interessante.
“Alunos diferentes aprendem de forma diferentes”, então também temos que propor situações novas e que possam ser aplicadas em sala de aula. Há alunos que tem uma memória auditiva melhor que a visual ou tátil. Não importa! O que o cérebro realmente precisa é que todas as áreas sejam estimuladas.
Portanto, conhecer as funções cognitivas, o funcionamento do cérebro, os aspectos motores e emocionais serão o ponto de partida para uma transformação na aprendizagem.
É preciso aprender a aprender!
É preciso olhar para este aluno que está em nossas mãos e buscar estratégias para uma aprendizagem eficiente.
( texto extraído do livro: Neurociência aplicada à educação, Renata Aguilar)
Autora: RENATA AGUILAR. Mestre em Intervenção Psicológica do Desenvolvimento, Neuropsicopedagoga com Extensão em Neuropsicologia. Psicopedagoga, Especialista em gestão e administração escolar. Graduada em Ed. Física e Pedagogia. Especialista em alfabetização e Matemática. Professora e Coordenadora Pedagógica. Autora de livros na área da educação , entre eles: Neurociência aplicada à Educação e Metodologias Ativas e Educação 5.0.
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